"Não há biomarcador". Doentes com Covid Longa ainda sem respostas

Os especialistas insistem que não há um exame para o diagnóstico da covid longa. Funciona por exclusão de partes. E Portugal ainda está atrasado nas respostas aos utentes, em relação a outros países, como por exemplo o Reino Unido. O pneumologista João Carlos Winck defende uma consulta multidisciplinar.

Sara Araújo de Almeida - Antena 1 /
Foto: Rodrigo Lobo - RTP

Até quinta-feira, no Porto, Investigadores nacionais e internacionais reúnem-se para discutir novas estratégias para doenças como encefalomielite miálgica e covid longa. É o segundo congresso internacional sobre estas matérias.
Em Portugal, estima-se que a doença afete cerca de 200 mil pessoas. Ao contrário de uma gripe normal, este "vírus fica no organismo" e pode também "reativar vírus que estavam adormecidos".

O pneumologista João Carlos Winck, coordenador da Unidade Pós-Covid-19 do Instituto CUF Porto, diz que não há um exame que faça o diagnóstico da Covid Longa. Funciona por exclusão de partes.Os sintomas são múltiplos, fadiga extrema, má qualidade de sono, alterações a nível cognitivo, intestinal dores musculares, taquicardias.


Algumas pessoas ficam dependentes para tarefas simples como vestir, cozinhar ou até tomar banho. Ainda não há a chamada "bala de prata" para eliminar a patologia.

A esperança é encontrar um medicamento para ajudar os utentes. "Já se estão a usar medicamentos para a obesidade para tratar a covid Longa, um ensaio massivo a nível mundial", explica o pneumologista.

A covid longa é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. Portugal admite a doença no contexto clinico, mas ainda não há legislação nacional que lhe atribua direitos, apoios ou estatuto jurídico próprio como doença crónica, profissional ou incapacitante.
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